A Direção-Geral das Artes (DGArtes) divulgou hoje, no seu 'site' oficial, os resultados finais do concurso de Teatro, que confirmam os provisórios, anunciados em 03 de dezembro último.
Embora o montante financeiro global disponível neste concurso, de 10,08 milhões de euros (a repartir por dois anos), represente um aumento de 68% em relação ao ciclo anterior (2023/2024), em que a dotação foi de seis milhões de euros, 15 ficaram sem apoio por "ter sido esgotado o montante global disponível".
Para receberam apoio, as candidaturas têm de obter uma pontuação acima dos 60%. As 15 candidaturas não apoiadas tiveram pontuações finais entre os 60,14% e os 74,56%.
Além destas 15, houve ainda mais sete candidaturas sem apoio, mas por terem tido pontuações finais abaixo dos 60%.
Das 58 candidaturas admitidas a concurso serão apoiadas 33, o que representa mais de metade (58%).
Em termos geográficos, onze das candidaturas apoiadas são de entidades artísticas da Grande Lisboa, outras onze do Norte, três do Algarve e outras três do Centro, duas da região Oeste e Vale do Tejo e uma de cada uma das seguintes regiões: Alentejo, Península de Setúbal e Região Autónoma dos Açores.
Entre as entidades que irão receber apoio estão a ACTA -- A Companhia de Teatro do Algarve, de Faro, a Associação Cultural Teatro dos Alóes, da Amadora, a Cassandra, do Porto, a Formiga Atómica, de Lisboa, a Jangada, de Lousada, a Krisálida, de Caminha, o Teatro de Animação de Setúbal e a Varazim, da Póvoa de Varzim.
Das 33 candidaturas apoiadas, seis são do domínio das Ações Estratégicas de Mediação, 26 da Criação e uma de Formação.
Os concursos do Programa de Apoio Sustentado 2025/2026, na modalidade bienal, abriram em maio e encerraram em julho do ano passado, com um valor global de 35,6 milhões de euros.
Este programa soma seis concursos, nas áreas do Teatro, Cruzamento Disciplinar, Artes de Rua e Circo, Artes Visuais, Dança, Música e Ópera e Projetos de Programação, para projetos a concretizar de 01 de janeiro deste ano a 31 de dezembro de 2026.
O setor tem alertado para o subfinanciamento dos apoios da DGArtes, tendo o último ciclo de apoios sustentados gerado bastante contestação.
Quando abriram as candidaturas em maio 2022, os seis concursos do Programa de Apoio Sustentado 2023/2026 tinham alocado um montante global de 81,3 milhões de euros.
Em setembro do mesmo ano, o então ministro da Cultura anunciou que esse valor aumentaria para 148 milhões de euros. No entanto, o reforço abrangeu apenas a modalidade quadrienal dos concursos e não a bienal, tendo ficado de fora dos apoios dezenas de estruturas.
Os resultados foram muito contestados por várias associações representativas do setor da Cultura, dando origem a vários apelos ao ministro Pedro Adão e Silva, a abaixo-assinados e a uma manifestação em frente ao parlamento.
Em março do ano passado, ainda com Pedro Adão e Silva à frente do Ministério da Cultura, foi anunciado que os concursos de apoio sustentado às artes, na modalidade bienal (2025-2026), teriam um montante global de 35,6 milhões de euros, o que representa um reforço de cerca de 15 milhões de euros em relação ao ciclo anterior.
Os concursos do ciclo 2023-2024 tiveram uma dotação total de 20,5 milhões de euros.
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Lusa/fim