
Em comunicado de imprensa, o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pesca moçambicano indica que o produto florestal foi apreendido em 21 de março num dos pontos considerados "rota do tráfico" de exploração ilegal de produtos florestais, cujo destino era o país vizinho, sendo que as autoridades policiais investigam os envolvidos na prática.
A Lusa noticiou em 21 de março que o Governo moçambicano prevê contratar 750 fiscais em 2026 para os portos, postos fronteiriços e áreas de conservação, para reforçar a fiscalização e impedir a desflorestação e exploração ilegal dos recursos florestais.
"Estão previstos mais 750 fiscais e estes 750 não são só para portos e fronteiras, mas para aumentar a nossa capacidade no local de corte, aumentar a nossa capacidade nas áreas de conservação que têm sido lugar onde há preferência agora, porque temos florestas virgens, temos madeira apreciável e esses 750 é para garantir que consigamos fazer a fiscalização nestas áreas", disse a secretária permanente do Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas, Emília Fumo.
Segundo a responsável, outros mil fiscais passaram agora a reforçar o controlo nos postos fronteiriços, portos e áreas de conservação e foram contratados no ano passado, indicando que é preciso alocar mais agentes "nos distritos e nas províncias" onde há mais exploração ilegal.
A desflorestação em Moçambique afetou 875.453 hectares em quatro anos, apesar de ter recuado durante 2022, atingindo sobretudo as províncias de Niassa e da Zambézia, segundo dados estatísticos recolhidos pela Lusa, divulgados em outubro passado.
De acordo com um relatório do Instituto Nacional de Estatística, reunindo dados de 2019 a 2022, nesse último ano a desmatação -- de vários tipos de floresta -- recuou 31% face ao ano anterior, para 209.464 hectares.
O pico da desflorestação foi registado em 2021, com 303.689 hectares, sendo 264.999 hectares de floresta semi decídua (tropical), 29.258 hectares de floresta semi sempre-verde e 99 hectares de mangal, entre outras.
Em 2019 a desflorestação em Moçambique afetou 199.910 hectares e em 2020 um total de 242.390 hectares.
Neste período de quatro anos contabilizado pelo INE, só as províncias de Niassa, no norte do país, e da Zambézia, no centro, somaram uma desmatação de 180.279 e 167.367 hectares, respetivamente.
PME (PVJ) // ANP
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