Inicialmente classificada como depressão tropical, formada a nordeste da ilha de Madagáscar, o Inam explica, em comunicado, que esta evoluiu para tempestade tropical, devendo agravar-se nas próximas horas e passar a ciclone no sábado.

"As projeções atuais indicam que esse sistema meteorológico tem potencial de atingir o estágio de ciclone tropical no dia 11 de janeiro de 2025, próximo à costa leste de Madagáscar. Dikeledi poderá entrar no canal de Moçambique no dia 12 de janeiro", lê-se no comunicado.

No entanto, o Inam acrescenta que o "fenómeno ainda não constitui perigo para a costa nem para a parte continental" de Moçambique, embora sublinhe que está a acompanhar a situação.

O anterior, o ciclone tropical intenso Chido, de nível 3 (numa escala de 1 a 5), atingiu a zona costeira do norte de Moçambique na madrugada de 14 de dezembro, enfraquecendo depois para tempestade tropical severa, continuando, nos dias seguintes, a fustigar as províncias no norte de Moçambique com "chuvas muito fortes acima de 250 mm [milímetros]/24 horas, acompanhada de trovoadas e ventos com rajadas muito fortes", segundo informação anterior do Centro Nacional Operativo de Emergência.

Dados atualizados recentemente pelas autoridades moçambicanas adiantam que pelo menos 120 pessoas morreram e outras 868 ficaram feridas durante a passagem do ciclone Chido no norte e centro de Moçambique.

Este ciclone afetou ainda 687.630 pessoas, o correspondente a 138.037 famílias, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, no norte, e Tete e Sofala, no centro, segundo o último balanço do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres de Moçambique.

Do total de óbitos confirmados, 110 registaram-se em Cabo Delgado, sete em Nampula e três em Niassa.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

 

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