Os deputados do PS, do Bloco de Esquerda, do Livre e do PCP chamaram a ministra da Administração Interna ao Parlamento para que pudesse esclarecer o que aconteceu na Cova da Moura e também no Martim Moniz, onde não viu “nada de errado”, quando dezenas de imigrantes foram encostados à parede.
Em resposta aos vários partidos, Margarida Blasco recusou comentar a atuação das forças de segurança na Cova da Moura, onde Odair Moniz morreu após ser baleado por um agente da PSP.
"Ainda correm os inquéritos no Ministério Público e no IGAI sobre as eventuais responsabilidades criminais e disciplinares deste infeliz acontecimento. Temos que aguardar o final dos inquéritos. (...) Não posso fazer futurismo. Não sei qual vai ser o resultado", afirmou a ministra.
Margarida Blasco disse lamentar o que aconteceu na madrugada de 21 de outubro, mas que é necessário aguardar pelo fim dos inquéritos. Ainda assim, a responsável pela pasta da Administração Interna não quis deixar de lado os atos de vandalismo que se seguiram à morte de Odair Moniz, que classificou como "absolutamente inaceitáveis".
A ministra criticou ainda o “aproveitamento político” que considera ter existido após os tumultos e protestos na sequência da morte de Odair Moniz.
“A questão da morte deste cidadão não pode ser ligada aos atos de vandalismo que aconteceram a partir dessa noite. As tentativas de aproveitamento político destas tensões sociais, nomeadamente da criminalidade urbana, são perfeitamente irresponsáveis.”
PSP deve ter formação em direitos humanos
A ministra da Administração Interna disse esta quarta-feira que deu indicações para se apostar na formação das forças de segurança na área dos direitos humanos, considerando que é fundamental "ensiná-los a avaliar em segundos a sua ação".
Para já, Margarida Blasco reconheceu que os agentes "entram muito jovens na PSP" e que o Estado tem o dever de garantir a sua adequada formação.
Com LUSA