Mediadores norte-americanos e árabes fizeram progressos significativos na noite passada sobre o cessar-fogo entre Israel e o Hamas e a libertação dos reféns, mas ainda não foi fechado um acordo, disseram esta segunda-feira responsáveis ligados ao processo.
Três responsáveis, que falaram sob condição de anonimato, reconheceram que houve progressos e disseram que os próximos dias serão cruciais para colocar um fim a mais de 15 meses de conflitos que destabilizaram o Médio Oriente.
Um dos envolvidos nas negociações disse que houve um avanço durante a última noite e que há uma proposta de acordo em cima da mesa. Os negociadores israelitas e do Hamas vão agora levar o acordo de volta aos seus líderes para aprovação final, disse esta fonte.
Esta mesma fonte disse que os mediadores do Qatar voltaram a pressionar o Hamas para aceitar o acordo, enquanto o enviado do Presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump, Steve Witkoff, pressionava os israelitas. Witkoff juntou-se recentemente às negociações e esteve na região nos últimos dias.
A pessoa disse que os mediadores entregaram o esboço do acordo a cada lado e que as próximas 24 horas seriam cruciais. Uma autoridade egípcia disse que houve bons progressos durante a noite, mas que provavelmente demorará mais alguns dias, e que as partes estão a procurar um acordo antes da tomada de posse de Donald Trump, a 20 de janeiro.
Um terceiro responsável disse que as negociações estavam a decorrer bem, mas ainda não tinham sido concluídas. No entanto, uma autoridade do Hamas disse que uma série de questões controversas ainda precisam de ser resolvidas, incluindo o compromisso israelita de colocar um fim à guerra e detalhes sobre a retirada das tropas israelitas e a troca de reféns e prisioneiros.
A autoridade egípcia confirmou que estas questões ainda estavam a ser discutidas. O Presidente dos EUA, Joe Biden, que espera fechar um acordo antes de deixar o cargo na próxima semana, falou com Netanyahu sobre as negociações no domingo.
O chefe do serviço de informação estrangeira de Israel (Mossad), David Barnea, e o principal conselheiro de Biden para o Médio Oriente, Brett McGurk, estavam ambos na capital do Qatar.
No fim de semana, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu,encarregou uma delegação de altos dirigentes a juntarem-se às negociações para a libertação dos reféns, que decorrem em Doha, mediadas pelos Estados Unidos da América, Egito e Qatar.
A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque de 07 de outubro de 2023, que provocou a morte de 1.208 pessoas, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas.
Nesse dia, 251 pessoas foram raptadas. Destas, 94 continuam reféns em Gaza, 34 das quais foram declaradas mortas pelo exército.Mais de 46.000 pessoas, principalmente civis, foram mortas na campanha militar israelita de represálias em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pela ONU.