
Angola continua entre os seis países mais afetados pela malária a nível global, "representando mais de 3% dos casos mundiais", disse hoje o secretário de Estado da Saúde Pública do país lusófono africano, Carlos Alberto Pinto de Sousa.
"No nosso país, a malária continua a ser a principal causa de morbilidade e mortalidade. Em 2024, registamos mais de 11.964.261 de casos e 11.447 óbitos", afirmou o governante na abertura do ato central alusivo ao Dia Mundial da Malária, em Luanda.
Segundo o secretário de Estado angolano, o país observa, nos últimos anos, "ameaças crescentes" de doenças transmitidas por vetores [veículos de transmissão da doença, como os mosquitos], o que aumenta o risco de epidemias de doenças transmitidas por estes vetores (...) "traduzindo-se no aumento de casos de malária, dengue, chicungunha e zika".
O responsável admitiu, na sua intervenção, que a "subnotificação (notificação deficiente de doenças) provavelmente obscurece a verdadeira extensão do problema e potencialmente oculte outras doenças vetoriais não identificadas".
Assegurou que a direção nacional de Saúde Pública está a reforçar o sistema de vigilância vetorial que assegure a recolha, análise e compreensão sistemática e periódica de dados entomológicos (estudos dos insetos) para avaliar o risco para a saúde das doenças transmitidas por vetores em todas as províncias angolanas.
Deu a conhecer também que decorre a atualização do Mapa Entomológico, com o suporte técnico de uma instituição brasileira, com o objetivo de conhecer os principais vetores implicados na transmissão de doenças e definir estratégias integradas de controlo vetorial.
A malária "é prevenível e tratável. Não podemos permitir que continue a limitar o nosso desenvolvimento", referiu Carlos Alberto Pinto de Sousa, acrescentando que o desafio das autoridades é garantir que nenhum angolano fique para trás, sobretudo grávidas e crianças, no acesso ao diagnóstico e tratamento gratuito em todo o país.
Reafirmou ainda o compromisso do setor em reinvestir na prevenção, no tratamento e na investigação, em reinventar estratégias com base na ciência e tecnologia e em reacender o compromisso coletivo para eliminar a malária com solidariedade e ação coordenada.
"Acelerar o combate à malária é um dever patriótico, é investir na equidade e no futuro das gerações. Vamos reinvestir, reinventar e reacender juntos, até eliminarmos a malária e garantir saúde e prosperidade para todos no nosso país, Angola", concluiu o governante.
As celebrações do Dia Mundial da Malária decorrem sob o lema: "Reinvestir, Reinventar e Reacender".
DAS // SB
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