Luís Montenegro é “assombrado pelas dúvidas”: Pedro Nuno Santos comenta denúncia de antigo escritório do primeiro-ministro

Secretário-geral do PS comentou a informação, confirmada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Expresso, da existência de um processo-crime sobre um empreiteiro de Barcelos, Alexandre Barbosa Borges, a propósito da maior obra pública de sempre em Espinho. Luís Montenegro e o seu antigo escritório produziram pareceres jurídicos favoráveis à empresa

MIGUEL A. LOPES

Pedro Nuno Santos voltou a criticar Luís Montenegro, desta vez reagindo à notícia do Expresso sobre a participação da sua sociedade de advogados na maior obra pública de sempre em Espinho, que está a ser investigada pelo Ministério Público.

“Vamos percebendo que se Luís Montenegro se mantiver no governo” continuaremos a ter um primeiro-ministro “assombrado pelas dúvidas”. Esses casos “não se resolvem com eleições” e a situação não permitirá a estabilidade, afirmou o secretário-geral do PS à margem de uma visita à Futurália, que se realiza na Feira Internacional de Lisboa.

Pedro Nuno Santos comentou ainda que as listas do PSD, que incluem 12 ministros do atual Governo, “não surpreendem ninguém”. “Foram maus ministros e vão ser maus deputados, não ganhamos nada com isso”, acrescentou, antes de se focar numa ministra em particular.

A saúde é o “símbolo máximo da incompetência deste governo”, frisou, mas o PSD optou por manter nas listas a “responsável máxima por esse falhanço” – uma referência à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que será cabeça de lista por Vila Real.

Por outro lado, também não estranhou a inclusão de Hernâni Dias, o ex-secretário de Estado do Poder Local, que se demitiu após a polémica sobre a constituição de empresas imobiliárias enquanto estava em funções: “Se Luís Montenegro também está nas listas, porque é que não havia ele de estar?”

Pedro Nuno Santos voltou a comentar a proposta da AD de enviar Nuno Melo e não o presidente do PSD para o debate com Livre, Bloco de Esquerda e PAN. É um “traço que caracteriza Montenegro”, comentou. "Durante a governação fugia dos jornalistas, depois fugiu às perguntas dos partidos quando surgiu caso o e agora foge aos debates difíceis para ele”, enumerou. É “grave” para a democracia que um “primeiro-ministro em pleno século XXI” pense que pode fugir ao confronto.

Questionado pelos jornalistas sobre o excedente orçamental de 2024, Pedro Nuno Santos defendeu que “o que está bem hoje já estava bem” e “até melhor” durante a governação do PS. “O que não estava bem, está pior”, atirou dando como exemplo a saúde.