Os imigrantes continuam a queixar-se do atendimento (ou falta dele) na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). Dizem que a situação está cada vez pior, muitos continuam a dormir à porta e mesmo assim há quem não consiga uma vaga.

A fila à porta da Agência para as Migrações e Asilo do Porto começa a formar-se na noite anterior, com pessoas que chegam pouco depois das 22:00, cerca de 11 horas antes da abertura da loja.

A maior parte das pessoas passa a noite à porta da AIMA para serem os primeiros da fila e conseguirem uma das 15 senhas que são distribuídas diariamente.

Loja do Porto sem capacidade de resposta

A SIC sabe que há menos pessoas a trabalhar na AIMA do Porto devido a baixas e despedimentos: neste momento, a agência tem cerca de 10 funcionários e apenas seis estão a atender pessoas sem agendamento prévio.

Um número reduzido para a quantidade de imigrantes que se dirigem todos os dias à loja e que continuam com os processos de residência pendentes.

"Nunca têm senha, nunca podemos ser atendidos, ligamos, enviamos e-mail e nada. "É triste chegar aqui e ver crianças a dormir no chão", conta uma das utentes.

Na AIMA de Lisboa, a situação também continua muito difícil, com dezenas de pessoas a chegarem de madrugada. O serviço tem falta de pessoas, apesar do presidente da agência ter dito que o problema está a ser resolvido.

Há uma semana, no Parlamento, o presidente do conselho diretivo da AIMA era claro quando dizia que a falta de trabalhadores para dar resposta aos milhares de pedidos era um problema que estava a ser tratado.

"Temos mais 2% de recursos humanos. Isto é pouco, não estamos satisfeitos, mas não é de menos. Significa que se aguentou a pressão sobre mobilidade (...) e aposentações. A grande aposta de fundo está, de facto, noutro procedimento concursal para 300 trabalhadores para a instituição", afirmou Pedro Portugal Gaspar.

Todavia, para já, a situação parece não estar muito diferente daquela que se vivia há uns meses.

Muitos pedidos (simples) ficam sem resposta

As filas são longas, as horas de espera continuam a ser muitas e as respostas a ficar aquém dos pedidos.

"Nem sequer respondem aos e-mails, não atendem os telefonemas e muitos só querem trocar uma credencial. Agora vou ligar para o meu advogado, para ver se ele trata, (…) o que vai implicar custos, uns 200 euros", diz um dos utentes.

São muitas as pessoas que diariamente procuram resposta neste serviço e que tem dificuldades em encontrar. A contratação de mais pessoas, já prometida, é uma das soluções que resta.