
Fernando Medina, ex-ministro das Finanças e antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, disse esta manhã, ao podcast da Antena 1 “Política com Assinatura”, que lamenta não ter sido possível “evitar as eleições”.
Medina decidiu apresentar uma declaração de voto individual, como forma de demonstrar o seu desagrado com a impossibilidade de um acordo entre os dois maiores partidos, PS e PSD, os únicos que poderiam ter evitado a queda do Governo.
O ex-ministro também critica quem, na praça pública, se aproveitou politicamente do caso que envolve o primeiro-ministro e não exclui o PS dessa crítica. "Ouvi muitas insinuações, calúnias e falsidades sem qualquer demonstração. Vi tentativas de aproveitamento político contra o primeiro-ministro que não me pareceram próprias, um debate que não se deve confundir com esclarecimento”, disse Medina.
A instabilidade que umas novas eleições podem provocar é também algo que condena. "Fez precisamente ontem um ano que o país foi a votos e ir a votos daqui a cerca de dois meses fará com que os portugueses sejam chamados a três eleições legislativas no espaço de quatro anos”, sublinhou, apoiando, no entanto, um novo rumo para o país e criticando Luís Montenegro pelas opções políticas na gestão desta crise. “Acho que podia ter encerrado a empresa durante este processo e reconhecido que tinha cometido um erro e nada disto teria tido estas proporções”, disse Medina.
Quanto à atuação do Presidente da República, Fernando Medina espera que tenha havido tentativas de mediação, ainda que, na opinião do ex-ministro, a sua ação estivesse limitada pelas “posições extremadas” dos partidos.