
O Kremlin anunciou hoje que entregará ao lado ucraniano uma lista de condições para um cessar-fogo e que certos acordos poderiam tornar possível um encontro entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymir Zelensky.
"A parte russa vai preparar essa lista e entregá-la à parte ucraniana. Talvez não deva ser anunciado o que exatamente irá incluir, uma vez que as negociações ainda estão em curso e devem ser realizadas à porta fechada", respondeu o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a uma pergunta de um jornalista da TASS.
Após a reunião de sexta-feira, em Istambul, entre as delegações russa e ucraniana, o representante da parte russa, Vladimir Medinsky, afirmou que iria considerar o pedido ucraniano de negociações diretas entre os dois chefes de Estado.
Embora Medinsky, o ideólogo da atual memória histórica russa que rejeita a Ucrânia como país soberano, tenha dito à imprensa internacional que estava "satisfeito com os resultados", a mensagem que enviou à imprensa russa foi no sentido de continuar a lutar e conquistar mais território ucraniano.
Ameaçou que Moscovo irá também apoderar-se de território nas regiões de Sumi e Kharkov, no norte do país, onde os russos lançaram uma ofensiva.
Uma das principais exigências do Kremlin - expressa por Medinsky na sexta-feira - é que as tropas ucranianas abandonem o território das quatro regiões ucranianas anexadas - Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - mesmo que os russos não as controlem todas.
Além do reconhecimento das regiões ucranianas anexadas, que também incluem a península da Crimeia, o Kremlin tem exigido repetidamente que Kiev renuncie aos planos de adesão à NATO; a desmilitarização do país; garantias de direitos para os falantes de russo; uma mudança de governo, uma vez que Zelensky é considerado ilegítimo; e o cancelamento das sanções internacionais impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022.