De acordo com um comunicado do exército, 4.893 prisioneiros serão amnistiados "para participar no processo de construção do Estado, para a paz de espírito do povo e por razões de compaixão".

Para exprimir a "bondade do Estado", a junta anunciou igualmente que os outros prisioneiros veriam as suas penas reduzidas em um sexto, com a exclusão dos que tiverem cometido crimes graves, como associação ilegal e terrorismo, homicídio ou violação.

A junta anunciou que 13 estrangeiros seriam igualmente indultados e deportados, sem dar pormenores sobre as respetivas identidades ou o motivo da prisão.

A maioria dos prisioneiros políticos de alto nível, incluindo a antiga primeira-ministra deposta no golpe de 2021, Aung San Suu Kyi, continua detida.

Esta manhã, um jornalista da agência de notícias France-Presse viu muitas famílias reunidas em frente à prisão de Insein, em Rangoon (sul do país), prontas para receber aqueles que seriam libertados.

As amnistias são regularmente anunciadas para assinalar feriados nacionais ou budistas.

Myanmar está atualmente a celebrar o "Thingyan", que assinala o Ano Novo do país, com rituais de aspersão de água, que simbolizam a limpeza e a renovação.

As celebrações têm sido discretas este ano, na sequência do terramoto de 28 de março, que matou 3.725 pessoas, de acordo com o último balanço oficial publicado pela junta.

A amnistia ocorre no dia em que está prevista uma reunião em Banguecoque entre o líder da junta, Min Aung Hlaing, e o primeiro-ministro da Malásia e atual presidente da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), Anwar Ibrahim, sobre o terramoto.

Isto embora o bloco regional de 10 nações tenha excluído Min Aung Hlaing das cimeiras do bloco por falta de progressos num plano de paz.

A junta não confirmou a realização desta reunião.

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