A Jihad Islâmica divulgou esta quarta-feira um vídeo que afirma ser de um refém israelita vivo sequestrado durante o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a 7 de outubro de 2023, no sul de Israel.

O refém, provavelmente filmado sob coação, referiu a agência de notícias Associated Press (AP), identificou-se como Rom Braslavski, informação confirmada por vários órgãos de comunicação israelitas.

No vídeo, de quase sete minutos, o refém, com o corpo cheio de feridas, segundo a AP, pediu ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que garantam a sua libertação.

Na gravação, o refém queixou-se de comichões, levantou a 't-shirt' para mostrar o tronco coberto de feridas e levou as mãos à cabeça, num claro sinal de sofrimento, indicou a agência de notícias France-Presse (AFP), que adiantou não ter conseguido determinar a autenticidade do vídeo nem a data em que foi gravado.

No entanto, a imprensa israelita já avançou que Rom Braslavski, natural de Jerusalém, era agente de segurança no festival de música Nova, um dos locais visados no ataque de 7 de outubro de 2023 pelo Hamas e por outros combatentes palestinianos, entre os quais membros da Jihad Islâmica.

Família indignada

Rom Braslavski tinha 19 anos aquando do sequestro. A família viu o vídeo nas redes sociais e não foi previamente informada pelos canais oficiais e critica duramente o governo de Israel.

Numa entrevista a um jornal online, a mãe, Tami Braslavski envia uma mensagem a Benjamin Netanyahi e ao conselho de ministros:

"O meu filho está retido por uma organização terrorista nos túneis de Gaza. Nós somos reféns de uma organização terrorista no governo de Israel."

Testemunhas que conseguiram fugir contaram que, antes de desaparecer, Braslavski ajudou vários participantes do festival a escapar.

Das 251 pessoas raptadas nesse dia, 58 continuam detidas na Faixa de Gaza, das quais 34 terão morrido, segundo o exército israelita.

Uma trégua entre 19 de janeiro e 17 de março permitiu o regresso de 33 reféns a Israel, incluindo oito já sem vida, em troca da libertação de cerca de 1.800 palestinianos detidos em prisões israelitas.

Com Lusa