O líder do Hamas, Yahya Sinwar, morreu esta quinta-feira, num ataque de Israel em Gaza. A confirmação foi dado pelo Governo israelita, que pede a rendição do Hamas.

Yahya Sinwar morreu num ataque israelita, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. A informação foi confirmada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, depois de testes de ADN.

"O assassino em massa Yahya Sinwar, responsável pelo massacre e atrocidades de 7 de outubro, foi hoje morto por soldados das FDI", disse Israel Katz, ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, em comunicado.

O Governo israelita pede a rendição do Hamas.

Para o chefe da diplomacia israelita, a morte do líder do Hamas é uma "oportunidade" para libertar reféns.

Já o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos considera que é uma "fonte de esperança".

Inicialmente, Israel adiantou que Yahya Sinwar poderia estar morto, mas estaria ainda a confirmar a morte através de testes de ADN. Em comunicado, especificou que morreram três militantes do Hamas no ataque a um edifício e que um deles poderia ser o líder do movimento islamita.

No local, não foram encontrados indícios da presença de reféns israelitas.

A morte de Yahya Sinwar é um grande impulso para o exército israelita e para o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. "Cérebro" do ataque de 7 de outubro de 2023 a Israel, era um dos mais procurados pelas tropas de Netanyahu.

Quem é Yahya Sinwar?

Yahya Sinwar assumiu as rédeas do gabinete político do grupo islamita a 6 de agosto, após o assassinato de Ismail Haniyeh em Teerão, num atentado atribuído a Israel.

Sinwar, que passou 22 anos numa prisão israelita até ser libertado em 2011, durante a troca de mais de 1.000 prisioneiros palestinianos pelo soldado israelita Gilad Shalit, detido em Gaza, foi descrito como uma pessoa "extremamente inteligente".

Nascido em Khan Yunis, um bastião do apoio palestiniano à organização Irmandade Muçulmana, foi detido pela primeira vez por Israel em 1982, com 19 anos, por "atividades islâmicas", altura em que ganhou a confiança do fundador do Hamas, o xeque Ahmed Yassin.

Dois anos depois da fundação do Hamas, em 1987, Sinwar criou a temida divisão de segurança interna do grupo, a al-Majd, guardiã da "moral islâmica" e que atuava contra qualquer suspeito de colaborar com Israel.