
Os dois irmãos detidos pela Polícia Judiciária por, alegadamente, serem os autores de uma tentativa de homicídio contra um homem de 55 anos na via pública, no domingo, no Seixal, distrito de Setúbal, ficaram sujeitos a apresentações periódicas.
Segundo a Polícia Judiciária, esta foi a medida de coação determinada hoje pelo Tribunal do Seixal aos dois irmãos, de 25 e 27 anos.
A obrigação de apresentação periódica corresponde à medida de coação através da qual o juiz impõe ao arguido a obrigação de se apresentar a uma entidade judiciária ou a um certo órgão de polícia criminal em dias e horas preestabelecidos.
Discussão no trânsito era, afinal, conflito com ex-amigo
Foi notícia no passado domingo. Uma discussão de trânsito que acabou num tiroteio com dois feridos. Mas, de acordo com o comunicado emitido esta terça-feira pela Polícia Judiciária (PJ), o caso outros contornos. Desde logo, o facto de entre os intervenientes existirem “quezílias anteriores”.
A PJ dá conta de que, entretanto, foram detidos dois homens, de 25 e 27 anos, por suspeitas da autoria de “um crime de homicídio na forma tentada, praticado contra um outro homem, de 55 anos, no passado dia 9 de março, na via pública do Seixal, envolvendo duas viaturas”.
O caso chegou às mãos da Judiciária depois de uma comunicação feita pela Polícia de Segurança Pública (PSP) do Seixal, “reportando a ocorrência de disparos na via publica, envolvendo os condutores de duas viaturas automóveis”.
“A vítima conduzia quando foi detetada pelos suspeitos, vindo estes de imediato a intentar uma perseguição, que apenas cessou numa das ruas da freguesia da Amora. Finda a perseguição um dos autores saiu da viatura e efetuou vários disparos contra a vítima, vindo esta igualmente a responder com disparos na direção dos autores”, revela a PJ.
Desta troca de disparos resultou um ferido “com gravidade" e que ainda se encontrando internado numa unidade hospitalar, "mas livre de perigo".
Também um dos autores do tiroteio, e que agora foi detido, “acabou por ser atingido num dos membros inferiores”. Este indivíduo, revela a PJ, foi o que se deslocou à PSP, “imputando à vítima a circunstância de se encontrar ferido, desconhecendo porém a existência de vídeos que circulavam nas redes sociais, demonstrando a forma como os factos ocorreram”.
Mas a Judiciária apurou ainda que o incidente não resultou apenas de uma discussão de trânsito mas sim de “quezílias anteriores, com cerca de um ano, relacionadas com um serviço prestado pela vítima à progenitora dos dois suspeitos, que supostamente não terá ficado em condições, não tendo o respetivo pagamento sido efetuado”.
Foi também possível apurar “que, quer os agora detidos, quer a vítima, tinham mantido, até há um ano atrás uma relação de amizade, que cessou em virtude do referido serviço”.
Mais. “Ambos os detidos têm antecedentes policiais, por crimes de trafico de estupefacientes, ofensas à integridade física e crimes contra o património, sendo conhecidos como pessoas violentas”, salienta a PJ.
Com LUSA