O grupo xiita libanês Hezbollah expressou este domingo "solidariedade" para com os rebeldes houthis, com quem integra o chamado "eixo da resistência" contra Israel, após os recentes ataques aéreos dos Estados Unidos contra posições do movimento em várias cidades iemenitas.

"Reafirmamos a nossa total solidariedade com o querido e valente Iémen [...] . Apelamos a todos os povos livres do mundo e a todas as forças da resistência na nossa região e no mundo para que se unam contra o projeto sionista-americano que visa os povos da nossa nação", declarou o Hezbollah num comunicado.

O grupo libanês manifestou ainda confiança de que "o resistente povo iemenita, que tem protagonizado feitos heroicos em apoio à causa palestiniana e à sitiada Gaza, regando-as com o sangue dos seus mártires, não se renderá perante esta agressão cobarde".

Os ataques aéreos norte-americanos foram realizados na noite de sábado e prolongaram-se pela madrugada deste domingo contra alegadas posições houthis em várias cidades do norte e centro do Iémen.

Pelo menos 31 pessoas morreram

Segundo o Ministério da Saúde iemenita, controlado pelos houthis, os bombardeamentos causaram 31 mortos e mais de uma centena de feridos, "todos civis".

Os ataques foram ordenados pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou no sábado uma ação "decisiva e contundente" contra os rebeldes iemenitas, com o objetivo de travar as suas operações militares e a ameaça que representam para a navegação internacional.

O Hezbollah e os Huthis, bem como o Movimento de Resistência Islâmico (Hamas), fazem parte do "eixo da resistência", uma aliança anti-israelita liderada pelo Irão e que inclui também o grupo islamita palestiniano Hamas e várias milícias armadas iraquianas.

Os Houthis, que controlam grande parte do Iémen devastado pela guerra, incluindo a capital Sanaa, avisaram que os ataques de sábado dos Estados Unidos "não ficarão sem resposta".

"As nossas forças armadas estão prontas para responder a uma escalada com uma escalada", advertiu o gabinete político dos rebeldes, classificados pelos Estados Unidos como uma "organização terrorista estrangeira".

Segundo o Ministério da Saúde do movimento rebelde iemenita, os ataques visaram Sanaa, bem como as províncias de Saada (norte) e a cidade de Radaa, na província de Al-Bayda (centro).

O movimento rebelde realizou vários ataques com mísseis contra Israel e navios acusados de ligações a Telavive, alegando estar a agir em solidariedade com os palestinianos, após o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada por um ataque do Hamas a Israel a 07 de outubro de 2023.

Na sequência da entrada em vigor, a 19 de janeiro, de uma frágil trégua em Gaza, após 15 meses de guerra destrutiva, os Houthis cessaram os seus ataques.

No entanto, a 11 deste mês, os Houthis anunciaram a intenção de retomar os ataques ao largo da costa do Iémen contra navios mercantes que acreditam estar ligados a Israel, depois de este país ter recusado a entrega de ajuda humanitária a Gaza.