O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, manifestou-se "profundamente alarmado e chocado" com o ataque de mísseis russos à cidade ucraniana de Sumy, que matou 34 pessoas e feriu mais de uma centena.

O ataque perpetua "uma série devastadora de ataques semelhantes a cidades e aldeias ucranianas nas últimas semanas, que causaram vítimas civis e destruição em grande escala", afirma Guterres, este domingo, num comunicado assinado pelo porta-voz, Stéphane Dujarric.

"O secretário-geral sublinha que os ataques contra civis e objetos civis são proibidos pelo direito humanitário internacional e que tais ataques, onde quer que ocorram, devem cessar imediatamente", acrescenta o texto.

O comunicado acrescenta que Guterres "renova o seu apelo a um cessar-fogo duradouro na Ucrânia e reitera o apoio das Nações Unidas aos esforços significativos para alcançar uma paz justa, duradoura e abrangente que defenda plenamente a soberania, a independência e a integridade territorial da Ucrânia", em conformidade com o direito internacional e as regras e resoluções da Organização das Nações Unidas.

Rússia lançou dois mísseis Iskander-M/KN-23

De acordo com o Serviço de Emergência do Estado ucraniano, pelo menos 34 pessoas, incluindo duas crianças, foram mortas no ataque contra Sumy, no Domingo de Ramos, numa zona movimentada da cidade onde existe uma igreja, e 117 outras pessoas, incluindo 15 menores, ficaram feridas.

O chefe dos serviços secretos militares ucranianos, Kiril Budanov, explicou que a Rússia utilizou dois mísseis Iskander-M/KN-23, que foram lançados pelas brigadas 112 e 448 do exército russo a partir do território das regiões russas de Voronezh e Kursk.

A Rússia lançou uma ofensiva nesta primavera contra as regiões de Sumy e da vizinha Kharkov, numa altura em que os Estados Unidos estão a tentar orquestrar um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia.

Em março, Kiev concordou com um cessar-fogo total de 30 dias, mas Moscovo tem recusado e, até agora, apenas foi acordada uma trégua contra o sistema energético e uma trégua contra o sistema marítimo no Mar Negro, embora nenhuma delas esteja a ser implementada.

A Casa Branca considerou que o ataque constitui "uma lembrança clara" do imperativo de negociar para acabar com "esta guerra terrível".

"O ataque com mísseis em Sumy é uma lembrança clara e forte da razão pela qual os esforços do Presidente [norte-americano] Donald Trump para tentar pôr fim a esta terrível guerra chegam num momento crucial", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, num comunicado.

Com Lusa