
Cerca de 20 mil pessoas fugiram do Sudão para o Chade nas últimas duas semanas para escapar à violência, informou hoje a Organização das Nações Unidas, numa conferência de imprensa em Genebra.
A representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) no Chade, Magatte Guisse, alertou que o "fluxo é o resultado da escalada de violência na região do Darfur do Norte, particularmente em Al Fashir e arredores, que está a causar deslocações maciças a um ritmo alarmante".
A batalha por Al Fashir, a última grande cidade do Darfur que ainda não estava sob controle das Forças de Apoio Rápido, intensificou-se nas últimas semanas, enquanto tentam compensar a perda de Cartum para o exército sudanês no mês passado.
"Os recursos humanitários em todo o país continuam extremamente limitados, enquanto a necessidade de água, abrigo, saúde, educação e proteção continua a aumentar", afirmou.
ACNUR tenta responder à crise de refugiados
A ACNUR precisa de cerca de 360 milhões de euros para responder à crise dos refugiados no Chade, mas apenas 20% deste montante foi coberto pelos doadores.
Na conferência de imprensa, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) confirmou também novos ataques de drones ao aeroporto internacional de Porto Sudão, o segundo maior do país, assim como a um depósito de combustível na área de trânsito do porto.
"Estes ataques aumentam os problemas de acesso e de logística enfrentados pelos atores humanitários em todo o país, além de constituírem uma violação do direito humanitário internacional", sublinhou.
A guerra no Sudão causou dezenas de milhares de mortos, desalojou 13 milhões de pessoas e mergulhou algumas regiões em situação de fome, provocando "a pior catástrofe humanitária" do mundo, segundo a ONU.