
O Grupo Solverde - Sociedade de Investimentos Turísticos da Costa Verde S. A. - disse esta sexta-feira que vai avançar com “uma participação criminal” contra Ana Gomes, por considerar que a antiga eurodeputada do PS fez declarações de “extrema gravidade e atentatórias” do bom nome e reputação da empresa.
Em causa estão as declarações sobre o sistema de controlo e regulação de jogos de casino. Em comunicado, a empresa explica que a participação visa "o apuramento de responsabilidades e o respetivo sancionamento".
Esta sexta-feira, em declarações à SIC, Ana Gomes anunciou que fez uma participação à Procuradoria Europeia, com conhecimento às autoridades portuguesas, relacionada com a avença do grupo Solverde à empresa da família do primeiro-ministro, Spinumviva, e com uma alegada falta de regulamentação nos casinos.
A ex-eurodeputada disse ter tido como base informação recolhida em fontes abertas, "com tudo o que foi publicado a partir do momento que se soube de toda esta ligação do primeiro-ministro aos casinos Solverde", tendo considerado que "o sistema português de regulação dos jogos é absolutamente fictício".
"Limitei-me a chamar a atenção para o sistema de controlo do financiamento de branqueamento de capitais que não funciona no nosso país, em particular no setor dos casinos e jogo `online´ e, obviamente, a pedir especial atenção para o caso da Solverde", acrescentou.
Já no passado domingo, durante o habitual espaço de comentário na SIC Notícias, a antiga eurodeputada questionou a inação da PGR no caso da empresa familiar de Montenegro, sobretudo “quando está em causa um primeiro-ministro que recebe de casinos”.
Esta sexta-feira, voltou a reforçar não ser “normal” haver um primeiro-ministro a “receber dinheiro de empresários”, em particular de empresas de casinos - um setor que considera particularmente vulnerável à instrumentalização pela criminalidade organizada para efeitos de branqueamento de capitais”.
- Com Lusa