O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) disse, esta segunda-feira, que está "a acompanhar" o caso do português detido pelos serviços de imigração dos EUA e que se encontra em contacto com as autoridades norte-americanas.

Contactada pela Lusa, fonte oficial do ministério afirmou que "o MNE está a acompanhar o caso deste português desde o final do mês de março". E adiantou que o cônsul de Portugal em New Bedford "já falou com ele e com a família".

"Estamos em contacto com as autoridades americanas", destacou a mesma fonte, não adiantando mais pormenores sobre o caso.

Um português com autorização de residência permanente nos Estados Unidos, e a viver em solo norte-americano desde os 2 anos, foi detido pelas autoridades de imigração ao regressar de uma viagem ao exterior, denunciou a família do jovem.

Numa página de arrecadação de fundos criada para cobrir as despesas legais do caso, a cunhada do português, Sofia Cabral-Murras, apresentou detalhes sobre o caso, explicando que o jovem foi detido ao regressar aos EUA após uma viagem ao exterior, estando atualmente sob custódia do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) e mantido numa prisão fora de Massachusetts, estado onde reside legalmente.

De acordo com o jornal local The New Bedford Light, o português em causa - Rui Murras -, de 32 anos, está atualmente detido em Portland, cidade no estado do Maine, enquanto a família luta para o trazer de volta a casa.

Antiga acusação de tráfico de droga pode levar a deportação

Nascido em Portugal, Rui Murras viveu quase toda a sua vida em New Bedford. No jornal indica-se que o português chegou a ter problemas com a Justiça em 2012, quando foi "acusado de distribuir uma substância controlada de Classe D - tipicamente marijuana - e de conspiração para violar as leis de drogas", sendo que a acusação de conspiração foi rejeitada por recomendação do departamento de liberdade condicional, em julho de 2013. Em 2017, Murras foi acusado de conduzir sob influência de álcool, mas o caso foi arquivado no ano seguinte, após o português concluir um programa de educação sobre álcool.

A defesa do português acredita que a detenção se baseia na acusação de tráfico de drogas de 2012, que acabou resolvida. Mesmo sendo portador de um visto de residência permanente, pode vir a ser deportado, como está a acontecer com outros estrangeiros.

A residência permanente legal - concedida através do 'Green Card' - concede o direito de viver e trabalhar nos Estados Unidos por tempo indeterminado, mas não protege os indivíduos da deportação. Desde que Donald Trump regressou à Presidência dos Estados Unidos somam-se os casos de cidadãos detentores de 'Green Card' detidos e em processo de deportação.