
A GNR está a realizar uma operação de combate à angariação e exploração de mão-de-obra estrangeira para a pesca profissional local e costeira, que inclui 41 mandados de detenção, em Almada e Sesimbra, informou aquela força de segurança.
"As buscas iniciadas hoje de manhã visam três suspeitos, mas esse número poderá aumentar", disse à agência Lusa o major Ilídio Barreiros, 2.º Comandante do Grupo de Guarda de Fronteiras da GNR, adiantando que há mais de uma dezena de pessoas identificadas que são vítimas no âmbito do processo.
Os 41 mandados de buscas "incidem sobre empresas, embarcações, armazéns comerciais e de aprestos e escritórios de contabilidade", acrescentou o responsável da GNR, adiantando que "algumas embarcações e armazéns de aprestos, sem condições de higiene e de segurança, servem de alojamento aos migrantes".
Estrangeiros vivem "em situações degradantes"
Em comunicado divulgado esta terça-feira, a GNR esclarece que a operação policial está a ser desenvolvida pela Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras (UCCF), no âmbito de um inquérito criminal tutelado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Évora, que investiga os crimes de angariação de mão-de-obra ilegal, fraude fiscal, falsificação de documentos e falsidade informática.
"As diligências policiais em curso, com origem na identificação de cidadãos estrangeiros em situação irregular no país, a viver em situações degradantes e explorados como mão-de-obra ilegal, visam a execução de 41 mandados de busca, dos quais seis domiciliárias e 35 não domiciliárias, para recolha de elementos de prova complementares", lê-se no comunicado.
A GNR adianta ainda que a operação, batizada com o nome "Dignitas", envolve, "mais de 130 militares, que contam com o apoio da Autoridade Tributária (AT), da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), de Equipas Multidisciplinares Especializadas para a Assistência a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos da Associação para o Planeamento da Família (APF), contando ainda com a presença de magistrados do Ministério Público".