
O cabeça-de-lista do JPP, pelo círculo da Madeira, à Assembleia da República, Filipe Sousa, defendeu esta quinta-feira a necessidade da Madeira trabalhar novos domínios económicos para reduzir a dependência do turismo e obras públicas, sectores que considerou "muito vulneráveis e dependentes" das circunstâncias internacionais.
Durante uma intervenção centrada em questões económicas, Filipe Sousa destacou a importância do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) como "um instrumento de valor acrescentado, vital para que a Madeira possa diversificar a base da sua economia, prover mais receita fiscal, assegurar desenvolvimento económico e social e alargar as oportunidades de emprego qualificado e bem pago".
O JPP diz que tem analisado os principais dossiers regionais que necessitam de decisões do Parlamento e do Governo Central. Entre os objectivos assumidos por Filipe Sousa está eliminar as desconfianças de Lisboa sobre o CINM e sobre a Autonomia.
"O turismo é há décadas o principal motor económico", explicou o candidato. "O sector tem sido crucial para a criação de emprego e gerar receitas, mas também nos deixa vulneráveis às flutuações externas, como crises económicas globais ou pandemias. Esta dependência excessiva é, portanto, um risco que a Região não pode mais ignorar e por isso se torna imperioso garantir estabilidade e previsibilidade ao CINM".
Considera o CINM como "uma estrutura que tem sido, ao longo dos anos, uma alternativa válida à monocultura turística, e tem permitido atrair investimento estrangeiro, gerar receitas fiscais e criar postos de trabalho qualificados, contribuindo para a diversificação da economia regional".
Embora prometa uma abordagem de diálogo, respeito institucional e cooperação na Assembleia da República, fez um alerta: "Não vamos permitir que matérias importantes para assegurar o presente e o futuro da Região sejam metidas na gaveta e lá fiquem a criar mofo até caírem no esquecimento, como existem alguns casos, graves, até de propostas que foram aprovadas por unanimidade na Assembleia Regional e morreram com o silêncio cúmplice dos deputados da Madeira do PSD e PS".
O cabeça-de-lista do JPP defende o "reconhecimento inequívoco do Estado português" quanto à importância do CINM para a Região e para o País, propondo o seu alargamento a novas áreas. "É fundamental que a praça financeira não fique limitada a sectores tradicionalmente associados à exportação de serviços financeiros", explicou. "A sua actividade deve estender-se, com clareza e visão de futuro, a outros domínios, como os serviços ligados ao turismo, à construção civil e às novas tecnologias."
Filipe Sousa concluiu pedindo a confiança dos eleitores, garantindo que, se eleito, defenderá com firmeza as questões madeirenses, desde o CINM à ligação por 'ferry', passando pelo subsídio social de mobilidade, alargamento dos poderes autonómicos, Lei de Finanças Regionais, questão fiscal e gestão partilhada dos recursos marítimos regionais.