00h30 do dia 12 de janeiro de 2025 ouviu-se em Coimbra A a buzina do último comboio a sair da emblemática "Estação Nova".
À buzina, juntaram-se dezenas de vozes que gritaram palavras de ordem: "Não fechem a estação", "A estação é nossa, é das pessoas", "Encerrar a estação é má solução".
Indignados, os passageiros quiseram marcar presença num dia histórico. O dia em que pela última vez um comboio deixou passageiros no centro da cidade. O dia em que pela última vez um meio de transporte demorou três minutos entre Coimbra B e Coimbra A.
E agora? A solução encontrada para quem chega a Coimbra B é apanhar um autocarro.
O trajeto passa a durar cerca de 6 minutos, o dobro, mas sem trânsito. Em hora de ponta e com acidentes a viagem pode durar quase uma hora.
A este trajeto junta-se ainda o percurso que os passageiros passam a fazer da estação à paragem de autocarro.
É esta a solução encontrada pelo Sistema de Mobilidade do Mondego até o MetroBus estar a funcionar, ao que tudo indica, no final do ano.
O Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, quis marcar presença na última viagem entre as duas estações da cidade. À chegada, foi recebido com protestos.
Ouviu as reclamações, atirou responsabilidades para o anterior executivo socialista e deixou uma garantia.
"Esta era uma decisão que já estava tomada. Vai mudar a cidade de Coimbra, é um investimento de 170 milhões de euros. Independente das razões, esta é uma viagem histórica."
Sobre o futuro do edifício, o Presidente garantiu que não vai ser demolido mas não adianta qual é que é o projeto para um local classificado como Monumento de Interesse Público desde 2013. Acrescenta apenas que "o futuro será melhor".
No meio de incertezas, a histórica e centenária "Estação Nova" fecha agora portas. Depois da saída do último comboio, com destino à Figueira da Foz, sobraram os seguranças e os mais curiosos. Em breve, onde antes estavam os carris passam a circular autocarros elétricos articulados: o Metro do Mondego.