
O cabeça de lista do PS às eleições antecipadas na Madeira, Paulo Cafôfo, percorreu este sábado uma das artérias mais movimentadas do Funchal onde apelou à convergência de votos nos socialistas e pediu aos madeirenses uma oportunidade para governar.
A comitiva do PS realizou ao final da manhã uma arruada na Rua Fernão de Ornelas, no centro da capital madeirense, que terminou no Mercado dos Lavradores, um local por onde passaram este sábado várias candidaturas às eleições regionais do próximo dia 23.
Paulo Cafôfo distribuiu canetas, panfletos e cumprimentos a locais e turistas, tendo recebido o apoio de diversas pessoas e onde reforçou e repetiu por diversas vezes que, para acabar com a instabilidade na região, é preciso votar no PS.
Em declarações aos jornalistas, o candidato e líder do PS/Madeira disse notar que "os madeirenses estão a perder o medo e estão a manifestar a sua vontade de mudança de forma espontânea", e voltou a afirmar o que tem dito nos últimos dias e o que também já havia dito na anterior campanha eleitoral: "Só há duas possibilidades, ou votam em mim e no PS, ou votam em Miguel Albuquerque e no PSD".
"E isto significa o quê? Significa que ou queremos um governo que seja um governo duradouro, com o PS, ou teremos novamente um governo a prazo, com o PSD de Miguel Albuquerque", acrescentou.
"Mais cedo ou mais tarde pode ser levado pela justiça"
O socialista lembrou que o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, novamente cabeça de lista, é arguido num processo de suspeitas de corrupção, realçando que "mais cedo ou mais tarde pode ser levado pela justiça", o que poderá motivar novamente "outra situação de eleições antecipadas, de crise política e de instabilidade".
"E não queremos isso, nós queremos não um governo a prazo, mas um governo duradouro e queremos apelar aos madeirenses que nos deem uma oportunidade de, pela primeira vez, experimentarmos algo diferente com o Partido Socialista", reforçou.
Para isso, apelou, é preciso convergir o voto no PS: "Não é hora de divergir os votos, mas é de concentrar no partido que é o maior partido da oposição, que tem um programa claro, com ideias concretas e exequíveis e tem pessoas e quadros para poder governar a região".
Sobre o facto de não estar previsto os líderes nacionais do PS e do PSD estarem presentes nesta campanha eleitoral, Paulo Cafôfo afirmou o que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ao contrário do líder do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, tem-se deslocado várias vezes à região autónoma, recordando que esteve recentemente no Congresso do PS/Madeira.
"A alternativa ao PSD não é o PSD"
Questionado, por outro lado, se o PS poderia dialogar de uma forma diferente com os sociais-democratas madeirenses sem Miguel Albuquerque na liderança, Cafôfo disse que "a alternativa ao PSD não é o PSD", um partido que, argumentou, em quase 50 anos de governação não resolveu os problemas dos madeirenses.
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).