As dormidas no alojamento turístico da Região cresceram 5,4% em Março de 2025, comparativamente a Março do ano passado, mas no acumulado dos primeiros três meses este mesmo indicador aumentou 7,4% em relação ao mesmo período de 2024. Esta é uma das principais conclusões da informação sobre o turismo divulgado esta manhã pela DREM, com base em dados partilhados com o INE.

"Na Região Autónoma da Madeira (RAM), o alojamento turístico registou, no mês de Março de 2025, a entrada de 188,2 mil hóspedes, os quais geraram 976,7 mil dormidas, traduzindo variações homólogas positivas de 2,9% e 5,4%, respectivamente", começa por frisar a Direcção Regional de Estatística da Madeira. "O segmento da hotelaria concentrou 68,9% das dormidas de Março de 2025 (673,1 mil), crescendo 1,8% em termos homólogos, enquanto o alojamento local (28,7% do total) e o turismo no espaço rural (2,4% do total) subiram 15,6% e 0,2%, pela mesma ordem", aponta.

Conta comparada com o INE

"Para efeitos de comparabilidade com os dados divulgados pelo INE, é necessário excluir o alojamento local com menos de 10 camas, sendo que, segundo esta lógica de apuramento de resultados, as dormidas do alojamento turístico registaram um acréscimo homólogo de 1,8%, variação oposta à observada a nível nacional (-3,0%)", embora, seja "de notar que os resultados podem ter sido ligeiramente influenciados pelo efeito calendário, uma vez que, enquanto a Páscoa de 2024 ocorreu em Março, em 2025 é celebrada em Abril", o que fará uma diferença significativa.

Assim, em Março de 2025, "além da RAM, só mais duas regiões NUTS II registaram crescimentos nas dormidas: a Região Autónoma dos Açores (+6,0%) e a Península de Setúbal (+3,6%). As restantes regiões observaram quedas, que foram mais expressivas no Algarve (-8,7%), no Oeste e Vale do Tejo (-5,2%) e Alentejo (-4,1%). A Grande Lisboa e o Centro também registaram decréscimos (ambas com -3,3%), tendo o Norte observado a menor redução (-0,7%)" compara.

Outro dado interessante e, excepcionalmente negativo, é a taxa líquida de ocupação-cama do alojamento turístico na Região que, no mês em referência, "foi de 65,2%, -0,3 pontos percentuais (p.p.) face ao observado no mês homólogo (65,5%). Por sua vez, a taxa de ocupação-quarto atingiu os 76,5% (75,2% em Março de 2024)", aumentando ligeiramente.

O preço é que continua em alta: "No mês de março de 2025, o valor da estada média no conjunto do alojamento turístico registou um aumento relativamente ao mesmo mês do ano anterior (4,56 noites), fixando-se nas 4,65 noites. Os valores mais elevados continuam a ser observados na hotelaria (4,74 noites) e no alojamento local (4,56 noites), seguido do turismo no espaço rural, que apresenta a estada mais baixa (3,58 noites)."

Três meses a manter ritmo de crescimento

Apesar de todas as incertezas, os primeiros três meses de 2025 têm sido de crescimento sustentado. "Os valores acumulados dos hóspedes entrados, para o período de Janeiro a Março de 2025 (473,7 mil; +5,4% que no mesmo período de 2024), evidenciam igualmente um crescimento, o mesmo sucedendo com as dormidas, que se aproximaram dos 2,6 milhões (+7,4% que no mesmo período de 2024)", diz a DREM.

"De realçar que os 10 principais mercados emissores representaram 82,8% do total das dormidas registadas em Março de 2025. Destacaram-se com um peso superior, a Alemanha (22,2% do total; -2,7% que em março de 2024) e o Reino Unido (18,1% do total; com um valor idêntico ao de Março de 2024). O mercado nacional, que concentrou 16,5% do total de dormidas, registou um aumento de 24,6% face a Março de 2024. Na quarta posição, tendo em conta o peso no total de dormidas, encontra-se o mercado polaco (7,7% do total; +49,7%), seguido do mercado francês (5,4% do total; -1,9%)", destacando-se efectivamente a 'ultrapassagem dos polacos em relação aos franceses que, tradicionalmente, são o 4.º mercado.

"Em termos acumulados, de Janeiro a Março de 2025, os dois principais mercados emissores registaram variações homólogas nas dormidas em sentidos opostos: o mercado alemão registou um aumento de 2,1%, enquanto o mercado britânico apresentou uma quebra de 2,1%. Já o mercado de residentes em Portugal (terceiro principal mercado) apresentou uma variação positiva, mais significativa, de 21,0%, para o referido período", aponta.

Proveitos assinaláveis

"Os proveitos totais e os de aposento, em Março de 2025, apresentaram crescimentos homólogos de 16,5% e de 18,1%, respectivamente, fixando-se, pela mesma ordem, nos 63,2 milhões de euros e nos 45,2 milhões de euros. No País, no mês em referência, os proveitos totais também apresentaram uma variação homóloga marginalmente positiva (+0,3%), enquanto os de aposento evidenciaram uma ligeira quebra, de 0,4%", compara.

Assim, "em termos acumulados, as variações, na Região, foram de +20,4% e +22,1%, respectivamente, totalizando, de Janeiro a Março de 2025, os 162,6 milhões de euros, no caso dos proveitos totais, e os 114,6 milhões de euros, no que se refere aos proveitos de aposento", realça.

Isto porque "no mês de março de 2025, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) rondou os 83,00 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), +16,1% que no mesmo mês do ano precedente. Por sua vez, o rendimento médio por quarto utilizado (ADR) no alojamento turístico passou de 95,05€, em Março de 2024, para 108,51€, em Março de 2025 (+14,2% de variação homóloga)".

E conclui que no acumulado de Janeiro a Março de 2025, "verificou-se um RevPAR de 72,78 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), o que representa um aumento de 20,8% em relação ao período homólogo. No sector da hotelaria, o RevPAR foi de 78,40 euros (+22,0%). Quanto ao ADR, os valores são mais elevados, totalizando os 103,20 euros no conjunto do alojamento turístico (+15,9% que no período homólogo) e os 105,96 euros na hotelaria (+15,9%)".

Duas notas ainda para o golfe e os cruzeiros, com o primeiro segmento a registar voltas realizadas nos campos da Região a crescerem 20,3% no 1.º trimestre de 2025, enquanto que o segundo os passageiros em trânsito nos navios de cruzeiro que visitaram a RAM cresceram 16,5% no 1.º trimestre de 2025.

"O Inquérito aos Campos de Golfe indica a realização de 30 329 voltas nos três campos de golfe da RAM, entre Janeiro e Março de 2025 (+20,3% que no período homólogo), tendo esta atividade gerado cerca de 1,5 milhões de euros de receitas (9,3% que no ano precedente)", resume a DREM. "84,1% das voltas foram realizadas por não sócios (81,9% nos primeiros três meses de 2024), provenientes na sua maioria dos Países Nórdicos, Alemanha e Reino Unido. Os estabelecimentos hoteleiros e afins venderam 67,0% das voltas, os campos de golfe 19,5% e os restantes 13,4% foram transacionados pelos operadores turísticos (por idêntica ordem, 66,1%; 21,4% e 12,5% no mesmo período de 2024)", constata.

Já de de acordo com os dados fornecidos pela Administração dos Portos da RAM, no 1.º trimestre deste ano, "foram contabilizados 258.880 passageiros em trânsito, nos 105 navios de cruzeiro que atracaram nos portos da RAM. Se comparado com o mesmo período do ano anterior, realizaram-se mais 28 escalas, com um incremento no número de passageiros em trânsito a se fixar nos 16,5%", frisa.