1 -- Walz acima de Vance nos independentes

O debate dos vices teve reações equilibradas e não é de prever que vá contribuir para uma mudança dramática na corrida. Vance aparece ligeiramente à frente na sondagem CNN (51/49); no Politico empataram 50-50, mas Walz surgiu melhor nos independentes (34/25). Philip Wegman, no RealClearPoltics, aponta: “Dois americanos do interior discutiram educadamente o futuro do país na noite de terça-feira, divergindo fortemente sobre as soluções, mas muitas vezes concordando sobre os problemas subjacentes do país, e isso pode ser um problema para o governador de Minnesota, Tim Walz. Foi Walz quem ensinou aos democratas como atacar o ticket republicano (…) Ele foi o primeiro a chamar o senador J.D. Vance de Ohio de “assustador”, a ignorar sua autobiografia mais vendida, zombando de que “J.D. fui para Yale”, e a acusar maliciosamente o pai de três filhos de relações não naturais com uma peça de mobília. Por mais folclórica que cortante, a abordagem chamou a atenção de Harris. (…) Mas depois Walz conheceu Vance cara a cara no centro de Manhattan para o debate sobre a vice-presidência e, como um bom vizinho, evitou a polémica. Em pelo menos meia dúzia de ocasiões na noite de terça-feira, o democrata disse que concordava, de certa forma, com o republicano em tudo, desde impedir o fluxo ilícito de fentanil através da fronteira sul até conter a financeirização do mercado imobiliário dos EUA”. À questão: “Para lá do que se passou no debate, quem poderá ser melhor vice-presidente?”, Walz tem vantagem: 44/36 nos independentes, com 20% indecisos. Ambos ficaram muito mais populares depois do debate, possivelmente porque tomaram a opção correta de fazer uma via urbana e educada: Walz saltou de +14% para +36% de saldo favorável; Vance reduziu drasticamente a impopularidade (de -22% para -2%).

2 -- Para que lado errarão as sondagens?

Nate Silver, no “Silver Bulletin”, nota o dilema: “Se as sondagens estão certas na “Sun Belt” e subestimam Trump na “Rust Belt”, isso é o fim de jogo para Kamala Harris. Talvez ela ainda matenha o Michigan, mas nesse cenário Trump varre todos os outros estados indecisos e Harris ainda poderá correr o risco de perder estados como New Hampshire. Outro cenário aponta para que as sondagens estejam certas na Cintura da Ferrugem, mas subestimem Harris no Cinturão do Sol. Isso seria o fim do jogo para Trump. Talvez ele se mantenha a vencer no Arizona ou na Geórgia, mas Harris varreria o resto dos estados indecisos e, se o mapa realmente fugir dele, Trump também poderá correr o risco de perder estados como a Flórida.”

Uma interrogação: Será que ainda seremos surpreendidos com mais um debate entre os candidatos a presidente?


Grandes eleitores por eleição:

2020: Biden 306/Trump 232

2016: Trump 304/Hillary 227

2012: Obama 332/Romney 206

2008: Obama 365/McCain 173

2004: Bush 285/Kerry 251

2000: Bush 271/Gore 266

1996: Clinton 379/Dole 159

1992: Clinton 370/Bush 168

1988: Bush 426/Dukakis 111

1984: Reagan 525/Mondale 13

1980: Reagan 489/Carter 49

Uma sondagem:

VOTO POPULAR -- Kamala 51 / Trump 47

(New York Post, 27 a 29 set)