1 - Trump escolhe a versão sem freios

A Tucker Carlson, da FOX News, num evento no Arizona, Donald disse que o ‘falcão de guerra’ Liz Cheney deveria ser alvejada numa escalada de retórica violenta contra os seus opositores: “Ela é um falcão de guerra radical. Vamos apontar-lhe uma espingarda com nove canos a disparar para ela, ok?”.

“Vamos ver como ela se sente sobre isso, quando as armas estiverem apontadas para o seu rosto.” Trump chamou Liz de “muito burra”, uma “pessoa estúpida” e “idiota”.

Liz Cheney já reagiu: “É assim que ditadores destroem nações livres.”

Em mais um episódio de culto do seu lado supostamente providencial, Donald Trump diz que venceria de forma esmagadora “se fosse Deus a contar os votos”. Além de explorar essa parte religiosa, do “escolhido”, assim também energiza a ideia de que as eleições são roubadas. Mostra como as suas falsas alegações de fraude eleitoral entraram nos domínios exteriores do absurdo.

Porque é que Trump faz isso? Porque sabe que sempre agrava o tom do absurdo e da agressividade, assegura o controlo do ciclo mediático (tal como fez nos “cães e gatos comidos pelos haitianos) e garante a mobilização do seu campo, que aumenta ainda mais a intensidade do apoio.

Brendan McDermid

2 - A última côrte aos latinos

Kamala Harris recebeu o endosso de Jennifer Lopez, que na intervenção de apoio falou dos porto-riquenhos, Donald Trump foi ao Novo México, apesar de saber que não terá hipótese de vencer um estado onde perdeu por oito pontos em 2016 para Hillary e por dez pontos em 2020 para Biden.

Kamala sabe que precisa de aumentar a vantagem no eleitorado hispânico (segmento onde Biden venceu por mais de 30 pontos), Trump acredita que pode reduzir substancialmente essa desvantagem que acusou em 2020.

"Os hispânicos adoram-me", disse Donald. “Todos disseram: ‘Não venhas. Não vais conseguir vencer no Novo México.’ Eu disse: ‘Olha, os vossos votos são manipulados. Nós podemos vencer no Novo México.” É Trump a assumir, de forma descarada, a via do negacionismo, insinuando que terá ganho esse estado há oito e há quatro anos.

Evelyn Hockstein

Uma interrogação: vai o apoio de Liz Cheney garantir votos republicanos a Kamala Harris?

Estados decisivos:

  • PENSILVÂNIA: Kamala 50 / Trump 48 (Marist, 28/30 out)
  • WISCONSIN: Kamala 50 / Trump 48 (Marist, 28/30 out)
  • MICHIGAN: Kamala 51 / Trump 48 (Marist, 28/30 out)

Voto popular: Kamala 51 / Trump 49 (Forbes/HarrisX, 28 a 30 out)