O director geral editorial do DIÁRIO afirmou, hoje, há um apelo à transparência e, por isso, torna-se crucial haver a ‘prova dos factos’ sobre as notícias. Ricardo Miguel Oliveira lembrou que as campanhas eleitorais são ocasiões que levam a uma maior circulação de informação e apelou a um trabalho colaborativo para combater a informação.

Está a decorrer, no Colégio dos Jesuítas, o colóquio internacional ‘A luta regional e local contra a desinformação na era da globalização e da pós-verdade’, um evento organizado pela Universidade da Madeira, através do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Artes e Humanidades, com a colaboração da Universidade de Vigo. Ricardo Miguel Oliveira abordou a temática ‘A prova dos factos’, com destaque para a rubrica ‘Fact-Check’, do DIÁRIO de Notícias.

O director do DIÁRIO assumiu que “a mentira tornou-se num negócio que passa pela descredibilização das notícias”. Para Ricardo Miguel Oliveira, a desinformação tem, na maioria das vezes, teor político. Apelou a mais trabalho de colaboração entre órgãos de comunicação social e Universidade da Madeira contra a desinformação.

Ricardo Miguel Oliveira afirmou que, muitas vezes, há o cansaço da informação, mas também o ‘acotovelar’ de comentadores e a pirataria em relação aos conteúdos. São desafios que se colocam actualmente, a par da Inteligência Artificial, usada sem enquadramento, nexo ou atribuição.

“A lista de casos que andam de braço dado com a desinformação é imensa e atrofiam a liberdade”, assumiu. A imprensa registada, livre, irreverente e promotora do pensamento crítico é “a garantia viva de todas as outras liberdades”. “Sem o jornalismo, a democracia definha”, afirma o director do DIÁRIO.

Desinformação deve ser combatida em trabalho colaborativo entre os media e instituições
Desinformação deve ser combatida em trabalho colaborativo entre os media e instituições Foto Rui Silva/ASPRESS

Ricardo Miguel Oliveira, na sua apresentação, indicou que têm vindo a ser feitos apelos constantes ao rigor. “Se não formos credíveis, somos liquidados”, apontou. O jornalismo é uma actividade regular e fiscalizada, ao contrário de outras situações que decorrem “sem rosto”. Além disso, os jornalistas estão balizados, sendo-lhes concedidos direitos e deveres.

O ‘Fact-Check’ do DIÁRIO começou a ser publicado em 2016, porque se sentia “muito lixo e muito ruído que existia e confundia as pessoas”. Aliás, apontou que a pirataria continua a existir e a ‘enganar’ as pessoas, nomeadamente a publicação de imagens de órgãos de comunicação social com notícias falsas. Em 2023, essa rubrica passou a ser diária, com uma primeira aparição no digital, e posterior publicação na edição impressa.

Actualmente, o DIÁRIO é o único órgão de comunicação social com conteúdo pago no seu site. Foi igualmente dado início a uma parceria com o Polígrafo e com o Sapo, uma montra nacional para o trabalho desenvolvido pelo nosso matutino.

Por forma a promover um consumo de informação mais responsável, o DIÁRIO associou-se à Secretaria Regional de Educação com o projecto ‘Ponto e Vírgula’, por forma a existir mais literacia mediática nas escolas. Neste momento, 15 escolas fazem parte dessa iniciativa. O conteúdo é criado pelos estudantes, que depois é difundido num suplemento impresso e num podcast na rádio TSF.

O combate à desinformação também é feito com iniciativas de proximidade, como conferências ou podcasts.

No próximo ano, será lançado um novo projecto junto das escolas, por forma a promover a literacia mediática, numa parceria entre o DIÁRIO e o JM.