A Coreia do Norte utilizará "sem hesitar" a arma atómica, em caso de ataque pela Coreia do Sul, anunciou o seu dirigente Kim Jong Un, em afirmações divulgadas na sexta-feira pela agência noticiosa oficial KCNA.

Pyongyang "utilizará todos os meios ofensivos à sua disposição, incluindo a arma nuclear", se "o inimigo" atacar o país com "forças armadas", sublinhou o dirigente, em contexto de tensões com o Sul.

Na sua declaração, Kim refere-se à aliança entre Seul e Washington, principal aliado militar da Coreia do Sul. Esta não possui armas nucleares e conta com a força de dissuasão do parceiro norte-americano.

As declarações de Kim ocorrem depois de a Coreia do Sul celebrar na terça-feira o seu Dia das Forças Armadas. Na ocasião, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, disse que Kim expunha ao "fim do seu regime" em caso de utilização da arma atómica.

Ameaçou com uma "resposta resoluta e esmagadora" do seu exército e da aliança Seul-Washington. Dezenas de milhares de soldados norte-americanos estão estacionados na Coreia do Sul.

Em resposta, Kim Jong Un qualificou Yoon de "marioneta" e de "homem anormal", ainda segundo a KCNA.

Em meados de setembro, a Coreia do Norte publicou pela primeira vez imagens das suas instalações de enriquecimento de urânio, com Kim a exprimir novamente o desejo de desenvolver o arsenal nuclear do país.

As relações entre as duas Coreias atravessam um dos seus piores períodos dos últimos anos. No início de agosto, Pyongyang anunciou a deslocação de 250 lança-mísseis para a fronteira sul.