
A demissão de Mike Waltz marcará a primeira grande reformulação de pessoal do segundo mandato do Presidente norte-americano, Donald Trump.
Waltz foi alvo de um escrutínio rigoroso em março, após revelações de que tinha acrescentado o jornalista Jeffrey Goldberg a um grupo privado no serviço de mensagens encriptadas Signal, que foi utilizado para discutir o planeamento de uma operação militar em 15 de março contra militantes Huthis no Iémen.
De acordo com as fontes da Associated Press, que falaram sob anonimato, o adjunto do conselheiro de Segurança Nacional norte-americana, Alex Wong, também deverá sair.
A mudança de pessoal da Administração Trump ainda não foi tornada pública. O Conselho de Segurança Nacional (NSC, no original) não respondeu a um pedido de comentário.
No início de abril, a Casa Branca demitiu três funcionários do NSC, que está na origem do "Signalgate", que envolveu a partilha de informações sobre uma ofensiva no Iémen através de uma aplicação de mensagens.
Entre os elementos despedidos estão Brian Walsh, diretor dos serviços secretos, Thomas Boodry, diretor sénior dos assuntos legislativos, e David Feith, diretor sénior que supervisiona a tecnologia e a segurança nacional, segundo a CNN.
O NSC é um órgão subordinado à presidência norte-americana, com um papel consultivo e com responsabilidade da coordenação estratégica da política externa e das questões de segurança nacional.
As três demissões surgiram após o "Signalgate", cuja exposição pública é da responsabilidade de Waltz, já que partiu dele o convite, aparentemente por engano, para o chefe de redação da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, para uma conversa que o seu conselheiro adjunto, Alex Wong, tinha iniciado.
Nessa conversa, criada na aplicação Signal, Goldberg passou despercebido durante quatro dias e durante os quais os membros do gabinete de Trump partilharam informações sensíveis sobre um ataque no Iémen.
Conforme publicado por Goldberg, o secretário da Defesa, Pete Hegseth, acabou por revelar informações sensíveis, incluindo alvos, meios militares destacados e, com duas horas de antecedência, o cronograma do ataque aos rebeldes Huthis no Iémen.
Após tomar conhecimento do episódio, o mais embaraçoso para a Administração Trump até à data, o próprio Waltz assumiu a responsabilidade de ter convidado Goldberg, mas o Presidente fez saber que o manteria no lugar.
De acordo com a CNN e outros meios de comunicação, os três despedimentos ocorreram após um encontro de Trump com a ativista de extrema-direita Laura Loomer.
Conhecida por defender teorias da conspiração sobre os ataques do 11 de setembro e por ter alguma influência sobre o Presidente dos EUA, Loomer poderá ter incitado ao despedimento devido ao "Signalgate".
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Lusa/fim