De acordo com a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), a Comissão Eleitoral limitou-se a invalidar a candidatura, não apresentando explicações para a sua decisão, o que levou Georgescu a considerar que a decisão é "um golpe direto na democracia mundial" e que "a Europa é agora uma ditadura [por isso] a Roménia vive sob a tirania".

A decisão é ainda passível de recurso para o Tribunal Constitucional, mas isso não impediu centenas dos seus apoiantes de se reunirem em frente ao edifício da Comissão Eleitoral, obrigando a polícia a dispersar a multidão com gás lacrimogéneo, numa manifestação onde um dos polícias foi ferido por um objeto contundente que lhe foi atirado.

"Na sequência de uma decisão da comissão eleitoral, os manifestantes forçaram a passagem pelo cordão de polícias numa tentativa de entrar no edifício", disseram as autoridades num comunicado citado pela AFP, no qual garantem que, apesar dos confrontos, a situação estava "sob controlo".

A Roménia está mergulhada em tumultos desde a primeira volta das eleições presidenciais, em 24 de novembro, que colocaram na cena política Calin Georgescu, até então praticamente desconhecido.

Num acontecimento raro na União Europeia, o Tribunal Constitucional anulou as eleições, na sequência de alegações de interferência russa, e estão previstas novas eleições para maio, num clima de grande tensão.

Dezenas de milhares de apoiantes de Georgescu têm protestado na rua nas últimas semanas, com as autoridades romenas a alertarem para "uma série de ações híbridas" por parte de Moscovo.

Suspeito de ter beneficiado de uma campanha de apoio ilícito na plataforma TikTok, Georgescu foi acusado na semana passada de fazer falsas declarações e de incitar à perturbação da ordem constitucional.

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