"O Congresso Nacional Unido [UNC, na sigla em inglês] emergiu como o partido líder nas eleições parlamentares, vencendo 26 dos 41 distritos eleitorais", de acordo com um comunicado divulgado na terça-feira à noite pela Comissão Eleitoral e de Fronteiras.

"O Movimento Nacional do Povo [PNM, na sigla em inglês; o partido de centro-esquerda do primeiro-ministro cessante Stuart Young] conquistou 13 lugares", acrescentou a comissão, que enfatizou que se tratava de uma "contagem preliminar".

A participação "foi de cerca de 54%" neste pequeno arquipélago de língua inglesa nas Caraíbas, com 1,4 milhões de habitantes, que está mergulhado na violência e numa crise económica, refere-se ainda na nota.

O resultado final ainda pode mudar, uma vez que vários partidos, incluindo o UNC --- que espera reforçar a maioria absoluta --- apresentaram queixas.

Assim que as recontagens estiverem concluídas, a comissão eleitoral vai encaminhar os resultados para a Presidente do país, Christine Kangaloo, que pedirá formalmente a Persad-Bissessar que forme um novo governo.

Isso deverá acontecer ainda hoje ou quinta-feira, de acordo com analistas.

"Temos muito trabalho a fazer (...) Quando o UNC ganha, todos ganham", disse Persad-Bissessar, de 73 anos, primeira-ministra entre 2010 e 2015, aos apoiantes do partido, na segunda-feira.

O ex-primeiro-ministro Keith Rowley, que se demitiu em abril, após dez anos no poder, admitiu a derrota do PNM.

Kamla Persad-Bissessar, que prometeu um aumento dos salários da função pública, tem dois principais desafios a ultrapassar.

O arquipélago, famoso pelo carnaval e pelas praias, saiu em meados de abril de um período de estado de emergência declarado em dezembro de 2024 devido à violência causada por uma guerra entre grupos de crime organizado.

Segundo dados oficiais, quase 600 homicídios, muitos deles ligados a gangues, foram registados em 2024 no arquipélago situado a poucos quilómetros da costa da Venezuela, um número superior ao de 2023.

Trindade e Tobago, o segundo maior produtor de gás das Caraíbas, está também a atravessar uma recessão económica que esperava ultrapassar graças à exploração do grande campo de gás "Dragon", que se estende pela Venezuela e pelo arquipélago.

Mas os Estados Unidos, que procuram sufocar economicamente a Venezuela, revogaram em abril, sob pena de sanções, a permissão que permitia ao país desenvolver o campo com a Venezuela.

Persad-Bissessar prometeu tentar convencer Washington do impacto significativo da decisão norte-americana no país, onde pouco mais de 15% da população vive na pobreza, segundo a ONU.

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