![“Chegou o momento de criar um exército europeu”, avisa o Presidente da Ucrânia na conferência de Munique](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Ao falar na Conferência de Munique sobre Segurança este sábado de manhã, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deixou claro mais uma vez que não aceitará um acordo de cessar-fogo com a Rússia que não inclua a Ucrânia, e alertou que “chegou o momento de criar um exército europeu”.
“A Ucrânia nunca aceitará acordos [de paz] feitos nas nossas costas, sem o nosso envolvimento. E a mesma regra deve aplicar-se a toda a Europa”, declarou Zelensky durante o seu discurso na conferência que está a decorrer em Munique, na cidade alemã.
O líder ucraniano aproveitou, assim, para lançar uma farpa ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ainda esta quarta-feira falou ao telefone durante mais de uma hora com o homólogo russo, Vladimir Putin, para ambos iniciarem “imediatamente” negociações para um cessar-fogo na Ucrânia.
Volodymyr Zelensky também apelou à Europa para se afirmar enquanto potência mundial e militar: “Precisamos de confiança na nossa própria força para que os outros respeitem o poder europeu”. “Acredito na Europa e exorto-vos a agir para o vosso próprio bem, para as vossas nações, as vossas casas, os vossos filhos... para o nosso futuro comum”, acrescentou.
O Presidente ucraniano lançou ainda uma pergunta (retórica): “Se a Rússia lançar um ataque ou uma false-flag operation [‘operação de falsa bandeira’, para disfarçar o verdadeiro culpado], os vossos exércitos estão preparados?”. Zelensky entende mesmo que “chegou o momento de criar um exército europeu”.
“Acredito sinceramente que chegou o momento de criar as Forças Armadas da Europa”, sublinhou. “Não se trata apenas de aumentar as despesas com a defesa. O dinheiro é necessário, mas o dinheiro, por si só, não impede um ataque inimigo (…) A Europa tem de se tornar autossuficiente”, insistiu.
Por fim, pediu mais apoio e mais armas — “O nosso exército não é suficiente” —, reiterando perante os líderes e decisores políticos que o ouviam na conferência sobre segurança: “Não podemos concordar com um cessar-fogo sem garantias reais de segurança”.