"O crescimento económico no terceiro trimestre foi superior às nossas expetativas, em particular no caso da economia não petrolífera, mas é explicado por setores da economia mais pequenos, que justificam a maioria do crescimento", escrevem os analistas na nota informativa que comenta os números apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística relativamente ao crescimento entre julho e setembro.
Na análise, enviada aos clientes e a que Lusa teve acesso, o gabinete de estudos do BFA aponta ainda que, "também ao contrário do esperado, houve uma aceleração da economia petrolífera, crescendo a maior ritmo que no trimestre anterior", originando uma revisão em alta das previsões, que antes apontavam para uma expansão económica de 3,1% no ano passado.
"Revimos as previsões para o crescimento do PIB: por um lado, esperamos agora que o setor petrolífero cresça perto de 2,65% a 2,9% em 2024, e por outro lado estimamos que o setor não petrolífero cresça em torno dos 4,4% a 4,65%", levando a economia a crescer entre 2,25% a 4,50% do PIB no ano passado.
O Produto Interno Bruto (PIB) angolano cresceu 5,5% no terceiro trimestre deste ano comparativamente ao período homólogo de 2023, e registou um crescimento trimestral de 2,94%, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola a 19 de dezembro.
Na análise, o gabinete de estudos do BFA lembrou que o terceiro trimestre "foi o 14.º consecutivo de expansão do PIB em termos homólogos, apesar de algumas desacelerações trimestrais observadas" e apontou que "a economia não petrolífera cresceu 6,3% em relação ao mesmo trimestre de 2023, alcançando o nível de crescimento mais alto desde o terceiro trimestre de 2021, altura em que expandiu 6,5%".
Segundo a Folha de Informação Rápida (FIR) referente às Contas Nacionais do terceiro trimestre de 2024, o valor relativo à evolução no terceiro trimestre relativamente ao segundo trimestre de 2024 (2,94%) leva em consideração a série com ajuste sazonal.
As principais atividades que contribuíram positivamente para a variação do PIB no terceiro trimestre de 2024 em relação ao segundo trimestre foram a extração e refino de petróleo (0,43 pontos percentuais, p.p.), comércio (0,4 p.p), pesca (0,3 p.p), extração de diamantes e outros minerais (0,24 p.p) e correios e telecomunicações (0,12 p.p).
Os dados do INE referem que a variação acumulada positiva ao longo do ano, em relação ao mesmo período de 2023, é atribuída fundamentalmente às atividades de extração de diamantes, minerais metálicos e outros (36,8%), transportes e armazenagem (14,1%), pesca (11,6%), eletricidade e água (7,0%), comércio (4,9%), outros serviços (4,6%), agropecuária (4,1%) e extração e refinação de petróleo (4,1%).
As atividades que mais contribuíram, em termos de participação, e constituíram fatores importantes para o desempenho da atividade no PIB no terceiro trimestre de 2024 foram extração e refinação de petróleo bruto e gás natural, com um peso de 29,3%, comércio, com 22,5%, agropecuária e silvicultura (11,4%), outros serviços (7,2%), produtos e indústria transformadora (8,6%) e pesca, com 5,8%.
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