Nesta campanha, o Bloco de Esquerda tem contactado com alguns imigrantes que estão a trabalhar na hotelaria e na restauração, alguns há mais de dois anos. "Têm contrato de trabalho, pagam Segurança Social, IRS e todos os impostos, mas ainda não têm a sua situação regularizada pelos serviços do Estado português. Não são os únicos. Conhecem outros na mesma situação.", explica o partido.

Acrescenta que esta "falha dos serviços públicos em dar resposta aos pedidos de regularização dos imigrantes, faz com que não tenham os seus documentos em dia. Este é um factor de inclusão determinante para qualquer pessoa que sai do seu país em busca de uma vida melhor, mas é também um dado utilizado para que se crie um estigma contra os imigrantes, difícil de entender numa Região onde há um emigrante em todas as famílias, que viram no passado, e continuam a ver no presente, os seus filhos sair da Madeira em busca de melhores condições de vida, pessoais e profissionais."

Há outro factor que o partido considera importante: "os imigrantes são fundamentais à economia do país e da Região em vários sectores de actividade, principalmente aqueles que mais crescem como o turismo, e são contribuintes líquidos importantes para garantir actualmente o pagamento das pensões de milhares de portugueses."

"O tema da imigração tem aliás sido recorrente nos contactos diários que o Bloco de Esquerda tem feito e temos alertado para a desinformação e intoxicação da opinião pública com mentiras deliberadas e discursos de ódio encenados de agentes políticos da extrema-direita. A mentira é a principal fonte da extrema-direita, como assistimos há dias na comunicação social regional em que os dados do RASI (Relatório Anual de Segurança Interna) foram completamente manipulados pelo candidato do CH para o discurso xenófobo e de ódio contra imigrantes, colando-os ao crime, à violência e ao aumento dos casos de violação em Portugal.", diz o partido em nota enviada.

Tudo isto é uma enorme mentira e para comprovar é muito simples: basta consultar o próprio RASI. Bloco de Esquerda

O partido avança com alguns dados: "em 2024 a criminalidade geral desceu 4,6%. O crime de violação registou 543 casos, um aumento de 9,9%, com uma preponderância de conhecimento/familiar entre agressor e vítima de 43,2%. A população prisional era, a 31 de Dezembro, de 11.456 reclusos masculinos, dos quais 1.903 eram estrangeiros. O maior crime de violência continua a ser o de violência doméstica com 30.222 ocorrências e as infracções rodoviárias ocupam igualmente papel preponderante entre os dados de segurança interna."

"O que foi apagado do RASI pelo governo da AD, ainda sem as devidas explicações e numa aproximação ao CH, é que é a extrema-direita, com o seu discurso de encitamento ao ódio e de descredibilização das instituições democráticas, um dos maiores problemas à segurança interna do nosso país e à segurança de todos os seus cidadãos", remata.