As primeiras horas do primeiro dia sem portagens na A22 não aumentou o tráfego rodoviário e foram poucos os automobilistas que se associaram ao apelo para buzinarem para assinalar a data.
A abolição de portagens nos lanços e sublanços das autoestradas conhecidas por SCUT (sem custos para o utilizador) entrou em vigor às 00:00, após cerca de 14 anos de luta das populações contra a cobrança.
A reportagem da Lusa percorreu hoje a A22, a via longitudinal também conhecida por Via do Infante que liga os concelhos algarvios, entre Vila Real de Santo António e Lagos, tendo constatado pouco tráfego durante a manhã.
Nos vários acessos à A22 são ainda visíveis as placas com a indicação do pagamento de portagens e nos dois sentidos as placas com a indicação do valor cobrado em cada classe de veículos.
Contudo, não é audível o sinal sonoro dos identificadores de cobrança automática na passagem pelos pórticos, o que indica que estão desativados.
Alguns automobilistas contactados pela Lusa na área de serviço de Silves, disseram que "não foi a abolição das portagens" que os fez circular na via no primeiro dia do novo ano.
"Circulo habitualmente nesta via e creio que a abolição não vai ter grande impacto na carteira de quem a utiliza esporadicamente, até porque, o valor tinha vindo a ser reduzido ano após ano", disse Franco Bastos.
Para aquele residente em Portimão, "quem poderá sentir o impacto financeiro, são as empresas que efetuam longos trajetos".
No entanto, acrescentou, "a abolição das portagens é sempre positiva para a carteira dos portugueses, já sobrecarregados por impostos e por aumentos anunciados para o novo ano".
Também Carlos Paiva, que parou para abastecer naquela área de serviço, congratulou-se pela abolição das portagens, lembrando que "a medida era injusta, pois a A22 foi feita para ser uma alternativa à Estrada Nacional 125, e para quem tem de efetuar percursos longos".
"Foi reposta a justiça para os algarvios e para as empresas que fazem trajetos longos", realçou.
A Lusa constatou também que não teve grande adesão o apelo feito na terça-feira pelo movimento cívico Comissão de Utentes da Via do Infante para os automobilistas buzinarem à entrada da A22 para assinalar o fim da cobrança.
A proposta para eliminar as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do interior e em vias onde não existam alternativas que permitam um uso com qualidade e segurança foi apresentada em 2024 pelo PS e aprovada com os votos favoráveis do PS, Chega, BE, PCP, Livre e PAN, com a abstenção da IL e os votos contra do PSD e CDS-PP.
A lei foi promulgada pelo Presidente da República em julho de 2024.
JPC // SF
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