
A Proteção Civil contabilizou 8.600 ocorrências em Portugal continental, entre as 00:00 de quarta-feira e as 22:00 de quinta-feira, devido à passagem da depressão Martinho.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a tipologia de ocorrências com maior incidência foi a queda de árvores, a totalizar 4.751 ocorrências, seguido de queda de estruturas, 2.251 e limpezas de via com 1.389.
Em Boliqueime, no Algarve, a Escola Básica Prof. Aníbal Cavaco Silva ficou sem parte do telhado. Ainda não foi possível reparar o estrago. Esta sexta-feira, as aulas prosseguem com as turmas a serem reencaminhadas para outras salas do edifício. Apenas a área afetada está, por enquanto, restrita à circulação de pessoas.
O diretor do agrupamento, Carlos Fernandes, diz que no momento em que parte do telhado foi arrancado, os alunos não estavam na sala de aula.
"Penso que na segunda-feira as coisas estarão completamente reparadas, de maneira a podermos utilizar a sala de aula", disse em declarações à SIC.
Em Cascais, na estrada da Guia, não é possível circular porque ainda decorrem os trabalho de limpeza da autarquia. No local há ainda muitos troncos de árvore espalhados pelo chão.
A Casa da Guia vai estar encerrada durante a próxima semana para obras. Vai ser preciso reconstruir o muro envolvente ao edifício e a recolocação da rede elétrica e canalização.
Eugénio Ferreira, um familiar do proprietário da Casa da Guia, diz que se avizinha "pelo menos uma semaninha de trabalho duro".
No concelho de Cascais foram registadas centenas de ocorrências, sobretudo quedas de árvores que atingiram muros, carros e alguns estabelecimentos comerciais como lojas e restaurantes.
Em Lisboa, junto ao cemitério dos Prazeres, pelo menos quatro carros ficaram destruídos devido à queda de árvores e ao desabamento de parte de um muro.
Em Odivelas, o vento destruiu o telhado da Escola Básica Bernardim Ribeiro, deixando cerca de 200 alunos sem aulas. A escola está encerrada deste quinta-feira e ainda não há previsão de reabertura.
Os destroços da cobertura deste pavilhão ficaram espalhados pela estrada e danificaram vários carros. Embateram também em várias árvores, provocando a sua queda.
Esta sexta-feira, os destroços já tinham sido recolhidos.
Em Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, o muro de um estádio cedeu e acabou por destruir cerca de 30 campas do cemitério. Os prejuízos rondam os milhares de euros.
Esta sexta-feira decorrem os trabalhos de limpeza e, como tal, o cemitério encontra-se encerrado e vai estar assim durante alguns dias.
Estradas nacionais 120 e 396 continuam cortadas
As estradas nacionais 120, que liga Alcácer do Sal a Lagos, e a 396, que serve a zona industrial de Loulé (Algarve), mantinham-se cortadas ao início da devido ao mau tempo, informou a GNR em declarações à agência Lusa.
Segundo a mesma fonte, estas são as duas únicas estradas nacionais que ainda se mantêm cortadas por causa do mau tempo, depois de uma noite "mais calma".
Regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Centro foram as mais afetadas
Das 8.600 ocorrências registadas pela Proteção Civil, as áreas mais afetadas foram as regiões de Lisboa e Vale do Tejo, com 5.250 e a região Centro com um total de 1.722.
A passagem da depressão provocou milhares de ocorrências no continente português, na maioria quedas de árvores e estruturas, sobretudo na madrugada de quinta-feira, quando vigoraram avisos meteorológicos laranja, o segundo nível mais grave.
Estradas, portos, linhas ferroviárias, espaços públicos, habitações, equipamentos desportivos, viaturas e serviços de energia e água foram afetados, em especial nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Sul, registando-se um ferido grave e perto de uma dezena de feridos ligeiros.
Na noite de quarta para quinta-feira, os ventos fortes ajudaram a propagar cerca 50 incêndios rurais no Minho, sem registo de vítimas ou danos em habitações, numa época pouco propícia a fogos.
O cenário de chuva e vento fortes vai manter-se até sábado, segundo as autoridades.
Com Lusa