A Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, só tinha no dia do apagão combustível destinado aos geradores para uma hora, revela à RTP o ministro da Coesão Territorial Castro Almeida. Segundo o ministro, tratou-se de um dos momentos mais difíceis do dia de segunda-feira.

"Esse assunto esteve no centro das preocupações do primeiro-ministro (...) porque tínhamos a notícia que a Maternidade Alfredo da Costa tinha gasóleo para alimentar geradores por (...) mais uma hora", disse.

Em cima da mesa esteve a hipótese de ordenar que os motoristas dos ministros levassem o combustível que tinham nos carros ao hospital, acrescentando que alguns dos mesmos chegaram a ir comprar e levar combustível até lá. Contudo, quando lá chegaram já tinha sido arranjada outra solução.

Num esclarecimento escrito enviado à Lusa, a Unidade Local de Saúde (ULS) São José (Lisboa), onde está integrada a MAC, a maior maternidade do país, explicou que capacidade do depósito de combustível do gerador é de 400 litros, "o que, com o depósito cheio, permite ter energia para aproximadamente cinco horas, dependendo do consumo".

"Na segunda-feira, na sequência da falha de energia, esse consumo foi reduzido em zonas não prioritárias, tendo sido solicitado, com urgência, o abastecimento de combustível para manter o grupo gerador em funcionamento", justifica.

De acordo com a ULS São José, a "maior dificuldade" foi verificada no transporte de combustível para a MAC, "situação que foi ultrapassada em tempo útil".

Ainda assim, reforça que não foram registadas nas suas unidades-- MAC, Hospital Dona Estefânia, Hospital Curry Cabral, Hospital de Santo António dos Capuchos, Hospital Santa Marta, Hospital São José e Hospital Júlio de Matos - qualquer momento crítico na prestação de cuidados durante a falha de energia.

Na noite de segunda-feira, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu que o mais difícil de gerir no apagão foi o abastecimento de energia aos hospitais, mas assegurou que não se registou "nenhuma situação limite".

Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, durante cerca de 10 a 11 horas, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do "apagão".

O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu na manhã de terça-feira que o serviço estava totalmente reposto e normalizado.