
As eleições para a Assembleia Constituinte estavam inicialmente marcadas para 12 de abril de 1975. No entanto, os acontecimentos do 11 de março justificaram o seu adiamento por 12 dias, sendo que alguns setores extremistas reclamavam, inclusive, o seu adiamento “sine die”. Valeu na altura a intervenção decisiva do Presidente da República, general Costa Gomes, que era favorável à realização de eleições, aliás, como constava do programa do MFA, e foi depois confirmado pela Junta de Salvação Nacional.
A campanha eleitoral começou a 2 de abril de 1975 num ambiente complexo e de radicalização política. Dias depois, a 11 de abril, foi assinado o primeiro pacto MFA-Partidos, que garantia um papel político central na futura ordem constitucional aos orgãos do MFA então recentemente instituídos: o Conselho da Revolução e a Assembleia do MFA. As eleições para a Constituinte realizaram-se assim num contexto de tensão entre duas legitimidades: a democrática e a revolucionária. Apesar destas condicionantes, decorreram de forma exemplar e constituíram um passo decisivo no processo de construção da democracia em Portugal.
Um diálogo descontraído em torno da História, dos seus maiores personagens e acontecimentos. 'A História repete-se' não é uma aula, mas quer suscitar curiosidade pelo passado e construir pontes com o presente. Todas as semanas Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho partem de um ponto que pode levar a muitos outros... São assim as boas conversas. Oiça aqui outros episódios: