Foram vários os líderes políticos que participaram nas manifestações do 1º de Maio em Lisboa. Entre os temas mais falados estão o aumento dos salários e a recente polémica do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

PS defende subida do salário mínimo

O Partido Socialista quer subir para os dois mil euros o salário médio durante os próximos quatro anos. Miguel Cabrita, defende ainda um salário mínimo de 1110 euros.

“Nós queremos chegar aos dois mil euros de salário médio em 2029. Achamos que é muito importante haver esta meta, achamos que é muito importante que haja previsibilidade porque não é apenas uma questão de valor, é uma questão também de as empresas se poderem preparar para nos próximos anos continuarmos um caminho que já foi iniciado e não falta quem queira pôr em causa este tipo de agenda”, disse Miguel Cabrita do PS.

“Nós queremos chegar aos 1110 euros de salário mínimo, aos dois mil euros de salário médio. É muito importante porque os rendimentos do trabalho são para a esmagadora maioria das pessoas aquilo que faz a diferença entre uma qualidade de vida melhor ou pior”, finalizou.

Livre defende papel dos sindicatos

Rui Tavares do Livre defendeu o papel das federações e sindicatos na defesa dos direitos dos trabalhadores.

“Para combater uma globalização desregulada e injusta, é importante que os trabalhadores em todo o mundo possam lutar pelos seus direitos. É presente porque o livre acredita que um trabalhador ou uma trabalhadora estão sempre mais protegidos se estiverem sindicalizados, se os seus sindicatos estiverem organizados em federações, e as suas federações organizadas em co-federações sindicais”, diz Rui Tavares.

PAN defende aumento do salário mínimo

O PAN defende que é necessário aumentar a competitividade económica no país e o aumento do salário mínimo nacional.

“O PAN como é evidente quer garantir que as pessoas tenham até ao final da próxima legislatura um maior aumento do salário mínimo nacional, não só para os 1030 euros, acompanhando de forma mais expressiva aquela que tem sido a média europeia, mas para isso precisamos de ter competitividade, precisamos de ter visão e rasgo para o país e isso só se faz apostando na economia verde”, disse Inês de Sousa Real.

“Nós sabemos o potencial de criação de postos de trabalho que a economia verde tem para o país, o Governo tem deixado para trás um investimento 429 milhões de euros na transformação da indústria de forma mais sustentável . Tivemos recentemente este apagão que nos veio mostrar a dependência que Portugal ainda tem da energia e da rede de distribuição. É absolutamente fundamental que, para protegermos postos de trabalho, façamos esta aposta e investimos este dinheiro”, acrescentou a líder do PAN.

Em declarações aos jornalistas, Inês de Sousa Real acusou, ainda, Montenegro de não ter separado a vida política da empresarial. Diz que é o único responsável pelo facto do país voltar a eleições é o primeiro-ministro.

“Já sabíamos que o primeiro-ministro não tinha acautelado que separava a sua vida empresarial daquela que é a sua vida política e em particular como primeiro-ministro. Lamentavelmente ao conhecermos também estas empresas, fica claro que não só Luís Montenegro deveria ter arrumado e garantido que se separava e afastava daquilo que era a vida empresarial, porque aqui alguns potenciais conflitos de interesse que demonstram que o mesmo priorizou os seus interesses familiares e empresariais ao invés do país.”

Bloco de Esquerda diz que Montenegro ainda deve explicações

Também Mariana Mortágua deixou críticas a Luís Montenegro. Diz que o primeiro-ministro esteve sempre em falta e nunca esclareceu a polémica.

"O primeiro-ministro tinha de ter declarado aquelas empresas há muito tempo. É sua obrigação legal declarar. Quem está em falha é o primeiro-ministro que não fez a declaração que devia ter feito, portanto, acho que todas as perguntas neste processo devem ser feitas a Luís Montenegro, incluindo as perguntas sobre o trabalho… sobre aquilo que nos traz hoje aqui. Sobre como vamos subir os salários, sobre como vamos reduzir o tempo de trabalho para que se viva melhor em Portugal”, disse Mariana Mortágua aos jornalistas.

PCP diz que no debate entre PS e PSD não se falou dos problemas do país

Paulo Raimundo considera que no debate entre o PS e a AD não foram discutidos os temas urgentes para o país. Acusa os dois candidatos de terem posto de parte as classes baixas.

“Tudo aquilo que se está aqui justamente a exigir, tudo aquilo que corresponde às necessidades da maioria do nosso povo, dos trabalhadores, da juventude, tudo isso teve fora ontem de um debate que parece que passou ao lado da realidade da vida. E aqui está a realidade da vida, das exigências, da força capaz, da resolução dos problemas concretos da vida de cada um e nós também precisamos de mais força”, disse Paulo Raimundo.